quinta-feira, 8 de março de 2012

A HISTÓRIA INTERNACIONAL DO DIA DA MULHER.


ANTES DE MAIS NADA, BOA TARDE VOCÊ MULHER GUERREIRA, PERSEVERANTE...PARABÉNS!!! A TODAS AS MULHERES E MINHAS AMIGAS E CLIENTES EM ESPECIAL...SÃO AMADAS E GUERREIRAS DO MEU CORAÇÃO:






Você Mulher, Parabéns Pelo Dia Internacional Da Mulher!

                     Mulheres que buscam serem fortes, não importando as circunstâncias, e até. mesmo através da sua fragilidade, sem desistir, pois descobrimos que somos capazes de sair vitoriosas diante dos obstáculos, arregaçando as mangas e reerguendo a cabeça, perseverando com fé e acreditando na vitória, e que temos a capacidade de vencer!
                   Algumas, com a delicadeza e o perfume das flores
, e  mesmo sofrendo as dores de parto, tem uma força de ser mãe, aprendendo no seu cotidiano, o carinho com seu esposo, como sua cônjuge, uma troca de amiga recíproca. Guerreiras e Vencedoras, com o nome “MULHER” sempre servindo de tema em uma poesia, com sua meiguice, romantismo, amor, carinho e força.

                   Umas mais ágeis, outras mais lentas, contudo lutadoras e fortes conquistadoras: amam e querem ser amadas, inteligentes, elegantes e pacientes, se preparando para conquistar o mundo, e expandir o seu conhecimento, dominando as situações com ternura e sabedoria, sabendo o mundo conquistar, mulheres de todas as raças e qualidades, guerreiras e sem fronteiras ...Mulheres, como Diaz a Palavra de Deus no Livro de Rute Capitulo 3:11:

“Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que  és mulher virtuosa.”

Maria da Penha, Maria da Penha Maia Fernandes é uma brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 60 anos e três filhas, é líder de movimentos de defesa dos direitos da mulher, vítima emblemática de violência doméstica. Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das punições às agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar. Na prática a lei precisa e muito evoluir, mas foi sem dúvida um passo importantíssimo. 

  sobre as lutas históricas das mulheres desbravadores de áreas pouco exploradas.

            Muitas lutas femininas aconteceram, para hoje estarmos comemorando esse dia 8 de março, como O Dia Internacional Da Mulher,  uma data cheia de significados e histórias, cada luta com a sua história, reivindicando melhores condições de trabalho, tais como redução na carga horária de trabalho, a fim de sair daquela escravidão de 15 ou até 16  horas de trabalho diário. Também reivindicaram, uma equiparação de salários com os homens ( elas recebiam um terço 1/3, para executarem as mesmas tarefas que os homens), e um tratamento mais humano e digno no ambiente de trabalho...


Exploração no Trabalho:
" No início da revolução os empresários impõem duras condições de trabalhos aos operários sem aumentar os salários para assim aumentar a produção e garantir uma margem de lucro crescente. A disciplina é rigorosa mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. A disciplina é rigorosa mas as condições de trabalho nem sempre oferecem segurança. Em algumas fábricas a jornada ultrapassa 15 horas, os descansos e férias não são cumpridos e mulheres e crianças não têm tratamento diferenciado."
http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-industrial.htm



Esse dia surgiu, a partir de umas operarias de uma fábrica de tecidos norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve
Ainda temos muitas lutas a serem vencida, é só lermos sobre:

 “A MULHER NO MERCADO DE TRABALHO: No Brasil, mulheres são discriminadas, ganham menos e perdem emprego mais facilmente...”


             Entretanto, a manifestação feminina foi reprimida com uma violência fora do comum, não respeitando a fragilidade da mulher, no dia 8 de março de 1857.  Foram trancadas dentro da fábrica, e incendiaram a mesma com todas as mulheres dentro, e  aproximadamente 130 tecelãs morreram desumanamente carbonizadas, por tais atos, como também ocorreu  outro, em 25 de março de 1911  na fábrica de Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, caso com 146 mortes registradas. E segundo relatos, de 129 queimadas vivas, sendo até hoje, o pior incêndio da história de Nova Iorque.
           Misericórdia amigas! Estava virando moda? Mas não foi em vão tais sacrifícios para um bem comum, nessa sociedade, entre as mulheres.
 

             Essas mulheres deixaram outras que continuaram reivindicando, além das que morreram fizeram e perderam a vida cruelmente, por justiça à mais esse ato injusto com as mulheres assassinadas, que após 53 anos em uma conferência na Dinamarca, decidiram que essa data passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem às mulheres que morreram na fábrica. Porem, somente em 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
            Depois desse episódio, muitos outros protestos foram feitos, e um que se destacou foi o de 1908, onde 15.000 mulheres marcharam sobre a cidade de Nova Iorque exigindo a redução da carga horária, melhores salários e o direito de voto.
              Sendo assim, o primeiro Dia Internacional da Mulher seguiu-se em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos após uma declaração do Partido Socialista da América. Em 1910 ocorreu a primeira conferência internacional sobre a mulher em Copenhague, dirigida pela Internacional Socialista, e assim, o Dia Internacional da Mulher foi estabelecido.
               No decorrer nos anos muito mulheres se destacaram na história, por razões distintas, cada uma delas tem hoje seu nome lembrado.
              A mulher brasileira, também tem um marco em sua história. As mulheres conquistaram, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo, em 24 de fevereiro de 1932.

             
             Devemos nos lembrar, que não passa de uma simples comemoração globalizada, e sim explicitar o papel da mulher no contexto  da sociedade na maioria dos países debatendo e discutido o tema, num esforço em diminuir ou até erradicar com o preconceito e a desvalorização da mulher, já que mesmo com todos esses avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreia profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história, concordam amigas?


Deixo bem claro que tudo isso vejo em uma mulher de valor. Guerreira, mãe, esposa, trabalhadora e forte entre outros predicados, como acima citado e essa proposta do Dia Internacional da Mulher e foi iniciada virada do século XX, durante o processo de industrialização e expansão econômica, que levou a grandes protestos sobre as condições de trabalho. Logo, tomei a liberdade de além de expressar o meu respeito pelas mulheres, uma comemoração, trazendo a memória além do que foi descrito, mas também algum Marcos das conquistas das mulheres na história...





 










Algumas  mulheres que de alguma forma ou outra mudaram a história do mundo e do Brasil. Como mulher parabenizo a todas aquelas que se esforçam a cada dia para ter e manter seu espaço reconhecido na sociedade, aos homens que nos vêem como pares, como amigas, mães, irmãs, parceiras:




Princesa Isabel Mulheres Que Fizeram História


 Princesa Isabel: Foi a última princesa imperial do Brasil e regente do Império por três ocasiões, na qualidade de herdeira de seu pai, o imperador Dom Pedro II, e da imperatriz Dona Teresa Cristina de Bourbon-Duas Sicílias. Foi o terceiro Chefe de Estado brasileira após sua avó Leopoldina e sua trisavó Dona Maria I. Foi cognominada a Redentora por ter, através da Lei Áurea, abolida a escravidão no Brasil.



Cora Coralina Mulheres Que Fizeram História


Cora Coralina, poetisa: Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas (1889—1985) era uma mulher simples, doceira de profissão, tendo vivido longe dos grandes centros urbanos, alheia a modismos literários, produziu uma obra poética rica em motivos do cotidiano do interior brasileiro, em particular dos becos e ruas históricas de Goiás. Ela foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina é uma das principais escritoras brasileiras e um verdadeiro exemplo. Publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
 

                                                                  


-Indira Gandhi, política: Filha de Jawaharlal Nehru, o primeiro premiê da Índia, foi Primeira Ministra de seu país em duas ocasiões até seu assassinato em outubro de 1934. Estrategista e pensadora política brilhante.
-Evita Peron, política: Marcada por uma infância no campo e filha não reconhecida, Eva (1919-1952) trabalhou como atriz, modelo e locutora e se casou com o presidente argentino Peron. Lutou pelos direitos dos trabalhadores e da mulher. foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina é uma das principais escritoras brasileiras e um verdadeiro exemplo. Publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.
-Maria Quitéria, militar: Maria Quitéria de Jesus (1792-1853) foi uma militar brasileira, heroína da Guerra da Independência. Considerada a Joana D'Arc brasileira, é a patronesse do Quadro Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro. Vestiu-se de homem para alistar-se no exército. Morreu aos 61 anos no anonimato nos arredores de Salvador.

-Margaret Thatcher, Primeira mulher a ocupar o cargo de chefe do Governo na Grã-Bretanha. Entre 1970 e 1974, foi ministra da Educação e dos Assuntos Científicos no Governo de Edward Heath, ao qual substituiu na liderança do Partido Conservador em 1975. Após a derrota dos Trabalhistas de James Callaghan, formou governo em 1979.


Esta, A DILMA, tem o poder nas mãos para fazer parte desta lista de forma positiva. Apesar de eu não ter votado nela, preferia a Marisa Silva como presidente, torço para que ela faça um governo competente e principalmente decente.

Você!

Mãe, Filha e claro, Leitora que me prestigia com sua APRECIADA E ESPERADA. Muitíssimo obrigado e..

Parabéns Mulher!

Maria da Penha, Maria da Penha Maia Fernandes é uma brasileira que lutou para que seu agressor viesse a ser condenado. Com 60 anos e três filhas, é líder de movimentos de defesa dos direitos da mulher, vítima emblemática de violência doméstica. Em 7 de agosto de 2006, foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Lei Maria da Penha, que aumenta o rigor das punições às agressões contra a mulher, quando ocorridas no ambiente doméstico ou familiar. Na prática a lei precisa e muito evoluir, mas foi sem dúvida um passo importantíssimo. 

Read more: http://www.curiosando.com.br/mulheres-importantes-historia/#ixzz1oYI8X03X
Entre tantas outras e nós... Vamos  fazer algo! Com amor e carinho, pleiteando o que é justo através de nossos atos... Beijos nos corações


BY TATIANA TAVARES RJ
83925583 OU 91198342
E-mail: vocemuitomaisbela@live.com

 CARINHOSAMENTE, MIL BEIJOS DA TATIANA TAVARES RJ


ENCAMINHO UM ARTIGO DE UMA JUÍZA, MUITO INTERESSANTE QUE LI NO LINK:
Disponível em:

http://brasil247.com/pt/247/brasil/45926/Mulheres-t%C3%AAm-o-que-celebrar-mas-%C3%A9-preciso-avan%C3%A7ar-diz-ju%C3%ADza.htm


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Mulheres têm o que celebrar, mas é preciso avançar, diz juíza

Mulheres têm o que celebrar, mas é preciso avançar, diz juízaFoto: Karol Azevêdo - Bahia 247

Na Semana Internacional da Mulher, que começa hoje, a juíza Márcia Lisboa, da Vara de Violência Doméstica e Familiar de Salvador, diz, em entrevista ao Bahia 247, que elas têm o que comemorar, mas que ainda há muito a avançar

05 de Março de 2012 às 16:26
Victor Longo _Bahia247

Mulheres denunciem

O medo acabou

A Lei Maria da Penha chegou

Não veio para prender o homem

Mas para punir o agressor

Cordel de Tião Simpatia

A juíza Márcia Lisboa, da Vara de Violência Doméstica e Familiar de Salvador, recita os versos acima de cor e salteado. Em seu gabinete, nos Barris, ela exibe, num porta-retrato, uma foto ao lado de Maria da Penha, mulher que ficou conhecida pelo engajamento na luta pelo fim da violência de gênero depois de ser espancada e torturada durante anos pelo marido. De tanto ser agredida, até ficou paraplégica. Tomou coragem, denunciou e lutou tanto a ponto de levar seu nome à Lei.
Nesta entrevista ao 247, a juíza diz o que ‘elas’ têm a comemorar na Semana Internacional da Mulher, que começa hoje. Ela aposta na Lei Maria da Penha como arma para modificar os valores patriarcais com origem milenar. A magistrada ainda disseca a violência doméstica em Salvador, avalia Dilma Rousseff e comenta o engajamento da corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Eliana Calmon, no combate à corrupção. Lisboa ainda fala sobre temas como o acúmulo de processos na vara projeto de Lei Antibaixaria.

Bahia 247 – As mulheres de Salvador têm o que comemorar no dia 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher?

Márcia Lisboa – Sim, não tenha dúvida. A mulher deve comemorar muito os avanços conseguidos com a Lei Maria da Penha [lei número 11.340, que tipifica o crime da violência contra a mulher], que completou cinco anos em 2011 e hoje é uma das leis mais conhecidas do Brasil. Essa lei tem ajudado a prevenir e punir todas as formas de violência [doméstica] contra a mulher. Com essa lei, a mulher pode ter coragem de denunciar quando sofre violência e o Estado tem o dever de protegê-la, o que é uma grande vitória.


247 – E o que ainda há para melhorar?

ML – Apesar dos avanços, nota-se que 90% das mulheres ainda têm muito medo e vergonha de denunciar quando sofrem violência. Isso tem origem num sistema patriarcal, sexista e hedonista milenar que ensinou que a mulher é um objeto do homem. A mulher ainda é vista como um objeto sexual e propriedade do homem. [Segundo esses valores], somos mulheres ou esposas, nunca seres humanos.


247 – A Lei Maria da Penha modificou isso?

ML – Os valores persistem, mas estão mudando aos poucos. A Lei Maria da Penha toca nessa questão e fala, em seu artigo sexto, da violência contra a dignidade humana da mulher, superando a ideia de que as lesões corporais leves contra as mulheres são crimes de menor potencial ofensivo. Antes, tinha-se apenas a Lei 9.099 [Lei dos Juizados Especiais de Pequenas Causas, de 1995] que dava pena máxima de um ano para lesões corporais leves. Mas, e no caso de mulheres que levam um tapa todo dia, um murro aqui, um empurrão ali? Achava-se tudo isso natural, que era normal apanhar do marido. A Lei Maria da Penha modificou isso [a nova lei aumenta o tempo máximo de detenção previsto de um para três anos e prevê medidas como a saída do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação da mulher]. Antes, o homem agredia a mulher todos os dias e não podia ser preso. Nas audiências de conciliação, os agressores eram condenados a pagar duas cestas básicas, dois quilos de feijão... Teve até um juiz que mandou o marido dar uma flor à mulher... de uma ironia tremenda!


247 – Mas como identificar se há violência de gênero?

ML – A mulher sofre violência única e exclusivamente por ser mulher. O homem sofre todo tipo de violência – por ser negro, homossexual, pobre –, mas por ser homem ele não sofre. A mulher sofre pelas mesmas razões e, além disso, por ser mulher. Para ilustrar isso, John Lennon dizia que a mulher era a negra dos negros. Com disse, o sistema patriarcal é milenar, vem lá do Código de Hamurábi [código de leis da antiga Mesopotâmia, datado de 1700 a.C.].


247 – E em Salvador, qual o tipo de violência que a mulher mais sofre?

ML – Sobretudo a violência doméstica. De cada dez mulheres, sete sofre algum tipo de violência dentro de casa – ou seja, a violência doméstica contra a mulher está em 70% das famílias. Elas sofrem agressões principalmente dos seus maridos, ex-maridos, companheiros ou ex-companheiros. A cada 15 segundos, uma mulher é espancada no Brasil. Cinco mulheres morrem no Brasil por dia, e a Bahia é o segundo estado mais violento com relação à mulher. O Nordeste, de uma maneira geral, é muito problemático em relação a isso.


247 – O Nordeste é a pior região?

ML – Há muita violência também no Rio de Janeiro, por exemplo, mas com uma diferença: lá são 11 varas de violência contra a mulher, enquanto Salvador só tem uma.


247 – Há acúmulo de trabalho na vara de Salvador?

ML – Para você ter ideia, são 10 mil processos em andamento em menos de quatro anos de vara [a Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher só foi criada em novembro de 2008]. É mais processo do que as varas de família juntas. Recebemos 40 inquéritos policias por dia, o que significa 40 processos por dia. Você sabe o que é isso? Todos esses processos vão chegando aqui, se acumulando! Nós aqui somos duas juízas e duas promotoras, além dos psicólogos e assistentes sociais, em boa parte voluntários! A vara tem competência híbrida, ou seja, responde pelas áreas cível e criminal. Ou seja, fazemos aqui separação, divórcio, sentenças sobre guarda de crianças, além dos casos de violência criminosa. Isso porque muitas uma separação corta a violência contra a mulher pela raiz.


247 – O que a mulher que sofre violência deve fazer?

ML – O primeiro passo para cessar a violência é a denúncia, a queixa na delegacia. É preciso ter coragem e procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, que é o início de tudo. Ela também pode pedir, de acordo com a Lei Maria da Penha, a medida protetiva de urgência. Ou seja, solicitar que o homem ou saia de casa, ou seja, proibido de se aproximar dela. Para se enquadrar na Lei Maria da Penha, basta que exista qualquer tipo de relação de afeto entre o agressor e a agredida. O Estado deve proteger a mulher no momento em que ela pede ajuda.


247 – Mas existe uma estrutura para que essa mulher que chegue à delegacia fazendo uma denúncia seja protegida de imediato? A medida protetiva impede que o marido persiga a mulher e a agrida ou a mate, por exemplo?

ML – Nós fazemos toda a nossa parte. Eu dou a medida protetiva, que é a minha parte, mas não posso evitar que ele a descumpra. Caso isso aconteça, a minha parte é mandar prender imediatamente. Dizem que quando o homem é preso e sai da cadeia, ele sai com mais raiva, mas isso não é o que ocorre normalmente. Vemos casos de homens que saem mudados e que refletem sobre as atitudes, com a ajuda dos psicólogos e assistentes sociais, assim como dos grupos como Alcoólicos, Narcóticos e Neuróticos Anônimos. Indico também, para as mulheres, o grupo Mulheres que Amam Demais Anônimas (Mada).


247 – O álcool e as drogas são a causa da violência contra a mulher em muitos casos?

ML – Não. O álcool e as drogas não determinam a violência. Em 50% dos casos, eles potencializam a violência. O homem que bebe muito na rua não briga com ninguém na rua. Ele chega em casa e atinge as pessoas mais vulneráveis, que são, em geral, as mulheres. Mas, como disse antes, a causa da violência é o sistema de valores patriarcal e machistas.


247 – Os críticos da Lei Maria da Penha dizem que homens também sofrem violência doméstica da mulher, mas não denuncia por sentir vergonha. Por que ignorar esses crimes?

ML – Não tenha dúvida de que existem homens que sofrem violência, mas esse argumento não procede porque estatisticamente há muito mais mulheres que o sofrem. As leis e políticas públicas devem se basear em dados estatísticos, não em exceções. Mesmo assim, o homem também está protegido pelo Código Penal, e pode ir a qualquer delegacia e denunciar. O processo criminal será aberto normalmente. A Lei Maria da Penha não modificou isso, apenas agravou a violência contra a mulher, tornando lesões corporais antes consideradas leves em lesões corporais qualificadas. A Lei tipificou um crime muito recorrente, baseada em números, na grande quantidade de mulheres que sofrem com a violência. O argumento contra a Lei Maria da Penha não procede por isso.


247 – O Estado pode interferir no que acontece dentro de casa, que é esfera privada?

ML – Pode e deve, isso está na Constituição Federal e na Constituição Estadual. É dever do Estado proteger a família em cada um dos seus membros. Antigamente, prevalecia aquela máxima: briga de marido e mulher ninguém mete a colher. Em razão de ações afirmativas oriundas de tratados internacionais, é dever do Estado proteger quem está sofrendo violência onde quer que seja, inclusive dentro de casa. O lar deve ser um lugar de paz e aconchego, não de violência. Tenho certeza, além disso, que a violência nas ruas começa dentro de casa. É preciso cortar o mal pela raiz. O filho que foi agredido vai ser uma agressor, a filha que foi abusada sexualmente pode ser uma abusadora no futuro. Pensemos também em números: quantas crianças são abusadas, vendidas, usadas, espancadas dentro de casa. O Estado não deve fazer nada? A Lei vai em cima das famílias disfuncionais, que têm o núcleo de violência como base.


247 – Você está engajada pela aprovação, na Assembleia Legislativa, do projeto de Lei Antibaixaria, de autoria da deputada Luíza Maia (PT). A lei busca proibir o Estado de contratar bandas que tenham músicas ofensivas contra a mulher, mas os críticos do projeto dizem que se trata de censura...

ML – Não existe censura. O projeto de lei diz que é vedado ao Estado patrocinado com dinheiro público qualquer banda que venha a denegrir, vilipendiar a mulher, ou instigar a violência contra ela. O Estado não pode contratar uma banda que diz que a mulher é como uma lata, um joga fora e outro cata (referência à música Mulher é igual a lata, da banda Black Style), ou que ela é uma cachorra, ou que eu te machuco de fora pra dentro (Machuca, Saiddy Bamba)... O que é isso!? Uma criança de três anos ouvindo isso vai pensar o quê? Que ela é um objeto! Essas bandas não estarão proibidas de se manifestar, de tocar, cantar e aparecer nos jornais, ser contratada por quem tenha dinheiro. O projeto trata sobre o uso do dinheiro público. O dinheiro do Estado não deve ser usado para incitar a violência contra a mulher. É como se o Estado estivesse estimulando um traficante a vender droga. Não é nada contra o pagode. Há pagodes maravilhosos, mas não se trata de escolher gênero musical.


247 – Mas o critério para definir qual música instiga a violência contra a mulher é muito subjetivo...

ML – O projeto de Lei Antibaixaria sugere a instituição de uma comissão de especialistas capaz de verificar isso. Quero aproveitar e parabenizar a deputada Luiza Maia (PT) e a vereadora Tia Eron (PRB), que muito têm feito pelas mulheres. Digo sem medo: votem nelas.


247 – O que você acha da luta da ministra Eliana Calmon para ampliar os poderes do Conselho Nacional de Justiça e combater a corrupção no Judiciário?

ML – A ministra Eliana Calmon é baiana, foi colega da minha mãe, é uma mulher muito inteligente, competente e corajosa. Já estive várias vezes com ela e a admiro muito. Ela, inclusive, trabalha muito no combate à violência contra a mulher. Ela já explicou o que ela disse [que há bandidos de toga no Judiciário], não sei se foi a forma mais adequada, mas de certa maneira eu também concordo. É preciso combater a corrupção em qualquer Poder que ela exista. Ela está correta. A posição dela é a minha também. Corrupção tem que ser combatida em qualquer nível. Como diretora da Associação de Magistrados da Bahia (Amab), já saí às ruas em protesto contra a corrupção.


247 – Qual sua interpretação sobre o recente caso da juíza Nemora Jannsen, que foi espancada, em Porto Seguro, pelo promotor Dioneles Filho, já que se trata de um episódio de violência contra a mulher?

ML – Foi um episódio triste, mas é preciso ter muita cautela, porque não se sabe exatamente o que motivou a agressão e tudo está sendo investigado. Não se sabe se isso se enquadraria na Lei Maria da Penha, porque não há registros de que eles tenham tido algum envolvimento afetivo. Só se característica a violência doméstica se houver relação de afeto ou familiaridade. Seria um caso de lesão corporal comum. Como não sei os motivos e o que ocorreu, não cabe a mim julgar o caso.


247 – Como avalia a presidente Dilma Rousseff?

ML – Só o fato de ela colocar muitas mulheres nos Ministérios é bastante positivo, porque dá força às mulheres e vai de encontro aos valores patriarcais e machistas sobre os quais falamos antes. Ela está mostrando que mulheres, assim com homens, podem ser competentes no poder. Também gostei da indicação da ministra Luiza Bairros [Promoção da Igualdade Racial], que é minha amiga daqui. É muito importante ela valorizar a figura da mulher no poder e com competência. Dilma Rousseff tem feito isso."

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